Carlos Drummond de Andrade
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o amor antigo, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
4 comentários:
''mas pobre de esperança.''
o meu esta exatamente assim.
*:
que bonito...
queria estar assim.
Ai ai...
Pois é, concordo contigo, essa do telecurso foi ótima, no lugar do Jornal nacional então... seria perfeito.
O pior é que eles passam as mesmas notícias sobre essas tais "descobertas" varias vezes e muitas vezes passam contradizendo a anterior ou banalizando as outras, isso que acho chato e de certa forma me faz incrédulo.
Mas vâmo que vâmo, é a vida em marte! =]
Por falar nisso, só conhecia a primeira estrofe e algumas passagens desse poema, muito bonito mesmo!
O cara mandava bem!
amor antigo... esse é o cara.
Postar um comentário