sábado, 2 de agosto de 2008

O Amor Antigo

Carlos Drummond de Andrade

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o amor antigo, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

4 comentários:

G. Sontachi disse...

''mas pobre de esperança.''
o meu esta exatamente assim.

*:

Morena disse...

que bonito...
queria estar assim.
Ai ai...

Zaka disse...

Pois é, concordo contigo, essa do telecurso foi ótima, no lugar do Jornal nacional então... seria perfeito.
O pior é que eles passam as mesmas notícias sobre essas tais "descobertas" varias vezes e muitas vezes passam contradizendo a anterior ou banalizando as outras, isso que acho chato e de certa forma me faz incrédulo.
Mas vâmo que vâmo, é a vida em marte! =]
Por falar nisso, só conhecia a primeira estrofe e algumas passagens desse poema, muito bonito mesmo!
O cara mandava bem!

Buda Verde disse...

amor antigo... esse é o cara.