domingo, 12 de outubro de 2008

(des) AMANDO

A covardia é a pior forma de cretinice que existe. Mas tudo bem, porque como eu sou feliz por dentro, não me incomodo com os defeitos dos outros. Tenho os meus também.

Um dos meus piores defeitos é estar certa. Odeio quando estou certa. Eu vejo as pessoas, fazendo, falando, amando. E eu, comigo mesma, duvido. Digo essa pessoa não vai até o final. E não vai. E a minha outra eu, que queria tanto que eu mesma estivesse errada fica olhando, querendo colocar o dedo na boca, ou ganhar um afago, pode ser abraço ou cafuné. Mas não tem jeito nêga, não da pra confiar.

Eu amo algumas pessoas. E na maioria das vezes, sou amada também. Cada um tem seu jeito de amar, é preciso deixar que se seja amada. Mas as pessoas não sabem lidar com sentimentos puros, as pessoas não sabem nada sobre amor. O amor é um sentimento puro demais, a poluição da cidade ofusca seu brilho.

Então àquilo que a minha outra eu diz isto não é recíproco, a minha heterônima do dedo na boca responde: é preciso amar as pessoas como elas são... e elas amarão às suas maneiras tortas e confusas.

Mas não contenho meu desapego. Infelizmente sou mortal. Pra que tanta desconfiança, pra que tanta torteira? Por que as pessoas não se juntam, não se amam, e pronto, todos seremos felizes para sempre?

Minhas três de mim queriam se juntar, queria a companhia dos meus amados... queriam estar erradas e não desconfiar.... queriam um abraço, uma conversa... mas mesmo as pessoas da sala de estar não sabem amar...

Então... brota os opostos do amor. Endureço, esqueço finjo que não percebi, dou aula de amor ou lamento a minha dor. Onde fica o meu euzinho desamado, guardo na gaveta ou tiro do armário?

Nenhum comentário: