sábado, 27 de dezembro de 2008

Um sopro de vida Lispectoresca

A palpitação secular que ressoa da cavidade torácica do meu peito deve ter algum motivo existencial comum aos outros seres. Nada pode ser tão fugaz e intenso ao mesmo tempo. Nada pode ter uma significância única, e apenas os poetas sejam capazes de explicar isso.

Eu queria poder morrer e viver várias vezes. Cada uma das vidas eu teria uma escolha, e ser sim e ser não a cada vez seria momentos de entrega sem hesitação.

A hesitação é o estado limitante do pensamento sobre o sentimento de ação e verdade. Mas se a verdade não existe realmente, então de que serve o questionamento?

Quem me dera sentir sem pensar, quem me dera nascer sem palavras. Quem me dera não aprender a ler e a distinguir o certo do errado, e poder existir sem força, porque viver já dá trabalho o bastante.

Quando diz-se que queremos sentir a vida palpitante, e sorridente nos lançamos ao ardente fogo da emoção, estamos sendo verdadeiros ou apenas inconseqüentes? Então a verdade não escolhe o quem vem depois e simplesmente decide por você o que vai acontecer? E onde fica o livre arbítrio? Ou isso foi uma invenção católica para que controlemos os nossos sentimentos?

(pausa para reflexão)

Quem encontrar a resposta que escreva primeiro.

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