segunda-feira, 22 de setembro de 2008

São tantas questões...

Maíra Baky


São tantas questões que me tento

Procuro, anseio, e um pouco me leio

Um pouco me guio, um pouco tormento

São tantas questões, são tantos os eixos

Um dia arrisco, outro devaneio


São tantos os lados, dodecaedros

Me abate o cansaço, fujo das regras

Me alvoroçam amargos, doentes e retos

Poucos casos abalam, poucos se casam

Quase inexiste, coexiste, convergem


São tantos problemas, aflições

Tantas doenças, inaptidões

Vazios enchidos a amargas ilusões

Decisões invertidas, coerções

São tantos livros, tantas historias

Quase não oiço, são muitas as glórias

(me falta memoria)


Me fico acoada, toca e mordaça

Quase nada me açoita a graça

São tantas as vidas, tantas canções

Não toco feridas, não canto nações

São tantos os moços, os louros, os brados

Me faltam abraços, falta emoções

São tantos os medos, espantos e gostos

Não me atenho, solto balões

Vão-se com o vento todas as unções


São tantas as vidas, os sofrimentos

Há tão pouco agora as matas e os sons

Me atenho às folhas e as formigas

Estudo a graça das pequenas feridas

Uma cria descomparsa, hoje se caça

Já foi louvada, hoje se apaga.

Nenhum comentário: