segunda-feira, 21 de abril de 2008

To Britney or to Britney not, that’s the question.

Britney é mais uma criança que cresceu na frente das telas. Fez propagandas, apresentou programa infantil e, aos 17 anos decolou a carreira solo com o lançamento de ‘Baby one more time’.

De lá pra cá, dez anos se passaram, a conta bancaria e a própria Brit deu uma engordada básica, mas nada ficou como eram antes: ela se casou (duas vezes por sinal), teve dois filhos, raspou a cabeça, começou a andar com a demoníaca Paris Hilton, esteve ao menos 3 vezes em clinica de reabilitação e desintoxicação, e ainda assim, Britney solta um pum em Hollywood e nós, tupiniquins, sabemos com detalhes o lugar, a data, e a hora, muitas vezes ao vivo, e de diversos ângulos, repetidas nos diferentes canais de televisão, sites e revistas gerais.

E o mais fantástico de tudo: qualquer pose, qualquer gesto da musa publicado pela mídia representa não o que ela é, como pessoa, mas o ‘produto’ Britney que compramos. Ela passa mal, raspa a cabeça: vira estilo; ela sai estranha numa foto, parece bêbada: cria-se um clip digno de representar esse dia; e tudo na vida da querida Britney é motivo de emoção (dos fãs ou não) e claro, muito dinheiro.

Britney quando era novinha, era ninfeta, bonitinha e queridinha, mesmo com o ácido (hit me) baby one more time, ainda disponha de i´m not a girl, not yet a woman e outros melodramas; perdeu a virgindade e tornou-se sex symbol, chegando ao ápice com a superprodução Toxic; entrou em crise existencial, deu um beijo na Madonna, e então se tornou em ‘modelo do que não-se-deve-ser”. Atualmente, mas não por muito tempo, todos ainda torcem pelo retorno da boa e velha Britney, dando a volta por cima e fazendo turnês ao redor do mundo. Vestida com casaco de pele ou quase nua, cada pedaço da sua vidinha infame é acompanhado pelo público e aproveitado como gancho para seus próprios trabalhos.

Não precisamos ir longe para encontrar exemplos: durante sua recente fase down, Britney lançou o deprimente Gimme more – uma produção tão infame que faz com que pensemos se não está faltando alguma coisa (ou sobrando, nas gordurinhas da famosa). E agora, ressurgindo das cinzas, o seu novo trabalho “Piece of me”, que traduzido ao pé da letra significa ‘pedaço de mim’, ou ainda, no trocadilho, ‘paz para mim’, falando exatamente sobre o excesso de exposição a que sua vida se encontra.

Embora tenha perdido a guarda dos filhos, Britney está com um novo cd pronto e a sua nova turnê deve começar ainda esse ano. Sem dúvida, fazendo merda ou não (de propósito, ou por acaso), ela levanta multidões e ainda deve valer a pena investir dinheiro nela.

Britney Spears tem a minha idade, e é a musa de inspiração do pop atual. Modelo, no sentido de exemplo, a ser comparado e, portanto, julgado. E mais do que tudo, modelo que deve ser seguido, admirado, exaltado. Acompanhado. Sublimado. Consumido. Todos podem ter um pedacinho da Brit: uma camisa, uma boneca, um cd. Uma noticia de jornal, um papel de parede. Todos podem ser um pouquinho como ela, usando uma bota, uma jaqueta e um boné. Ou mais ainda, se comportando como ela –sem calcinha, por exemplo. Britney é mais pop do que nunca.

Eu não sei o que Britney pensa disso tudo, mas a verdade é que eu duvido muito que ela pense - a seguir os modelos de seleção de BBB ou High School Music, me parece que quanto mais toupeira melhor para o e-business. Mas o que eu penso sobre Britney? Ela não é tão bonita, não canta tão bem assim e até os escândalos não são tão chocantes assim (Madonna pegava mais pesado numa época bem mais conservadora). Mas é impossível resistir, e talvez por isso tantos amem e tantos outros odeiam que a amem. NA música Piece of me ela mesma se define “miss American dream” (senhora sonho americano). Ela foi feita pra ser gostada, e resistir ao apelo é quase negar a parte humana – ou pós-moderna que vive em nós. Mas isso é assunto pra outro post.

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